terça-feira, 18 de março de 2008

Há um brilho conquistador reservado em cada pedaço de alma. Em cada minuto perdido, em cada lágrima, em cada sorriso. Em cada aperto da saudade há uma sombra que se esconde dela mesma. E então as palavras cruzam - se, os sorrisos confundem - se. A música cala - se, as pessoas deixam de saber. A perfeição acaba de vez e não há ninguém que seja suficientemente importante para fazer o Mundo viver de novo.
Num dia, perdido e sem qualquer tipo de identificação, esperei pelo que prometeste. Sentada num banco perdido de nada, estava eu, alucinada com a esperança de um sorriso apaixonado. Esperei que viesses, esperei um beijo, esperei a tua presença. Os minutos pareciam não passar, mas esperei. Esperei por tudo o que prometemos, esperei pelas palavras que sempre citaste. Esperei pelos momentos, esperei por ti, como se fosses a única vida presente à minha volta.Não deixei que os segundos arruinassem o quer que fosse, esperei mais e mais. Esperei pelo brilho dos teus olhos, esperei que viesses. Esperei, estática e imóvel , sentada num lugar que nunca ninguém viu. Sem desistir, sem perder de vista o sonho, os planos e o suposto futuro ,deixei cair a lágrima mais profunda de todas, deixei que a saudade inundasse tudo o que é meu. Deixei de acreditar que viesses. Por breves mas enormes segundos acreditei que fosses apenas loucura minha, criada por mim e para mim. Pus em causa cada passo, cada resto que é meu e teu, ou talvez não fosse. Foi mais do que medo, foi sentir ali a sensação do que é não te ter na minha vida. O banco deixou de existir, estava perdida algures num lugar desconhecido dele mesmo. Não passou ninguém, nem tu chegaste. Nunca mais.
Acordei com medo, acordei sem vontade de acordar. Acordei por acordar , acordei porque estava na hora de parar com a estupidez da imaginação. Levantei - me e vi o teu incondicional sorriso estampado em todos os bocados de mim. És real, existes e não és apenas loucura.