sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Quem é? Tu, ou alguém que se esconde atrás de ti?


É como jogar ás escondidas. Mas em vez de se esconderem por detrás de uma árvore do recreio da escola, tapam - se e fingem ser quem não são.
Todas sentimos um bocado essa necessidade, faz - nos bem a nós e aos outros que olham. Maquilhagens, ou farsas.
Desde pequeninas que pegamos nos batons das mães e das avós e fazemos as maiores parvoíces ( eu por acaso sempre preferi jogar à bola e fazer corridas de carros, mas podia ter sido de maneira diferente, talvez venha daqui a minha incompreensão ), sonhávamos ser grandes e poder pintar os olhos , ficar bonitas para os nossos namorados ( que pensávamos ser tal como os Kens das Barbies ) nos acharem as mais bonitas do Mundo. Inocência, bonita inocência .
Mas a verdade é que faz parte do ser - se mulher, e nenhuma de nós se escapa à situação. Base para disfarçar a borbulha gigante que anda a li a irritar, eye liner para qualquer coisa, lip gloss para ridicularizar um bocadinho mais, sombrinha para combinar com a roupa e estamos prontas para parecermos que não somos, é muito mais fácil assim. O pior é a água. Ela acaba sempre por chamar a verdade e a borbulha vai estar multiplicada em dez, os olhos vão ficar com a marca daquele risquinho durante um bom tempo e entretanto o lip gloss saí muito antes de se chegar à parte da água.
Até a parva da Barbie sem aquela maquilhagem ficaria feia (ou menos bonita) ,mas o Ken ia gostar dela na mesma.
Farsa ou não, são estas piroseiras todas que nos prendem ao espelho durante horas quando nos arranjamos não para alguém em especial mas apenas , para o espelho. Mas é o espelho também que está lá quando nos vemos livres daquela amontoação de produtos rascas. E nessa altura o tal " espelho meu , espelho meu " não vira as costas, fica lá ( não fosse ele um objecto inanimado ). Se eu não gosto de mim com um monte de água fria, com olheiras e borbulhas de vez me quando, também não gosto quando me encho de porcarias para sair. E se eu não gostar, não permito que os outros gostem. E como eu não quero viver como se um jogo das escondidas, sou eu. Só eu. Posso é não ser bem uma Barbie, mas o meu Ken gosta de mim na mesma.
E o resto?! a mim pouco me importa. Aceito - me com a cara lavada de farsas, de mentiras, e de preconceitos. É, a porcaria dos batons e sombrinhas e eye liners fazem parte de um ciclo vicioso, mas reforço a ideia de que vivo bem sem esse tipo de " escapadelas-à-realidade-que-nos-tocam-a-todas".

o ken de que falava, é bem mais do que um boneco. Estava só a fazer uma comparação com o amor da minha vida . E é dele que falo quando digo que independentemente das olheiras ou borbulhas ou que for, ele vai estar do meu lado, como sempre , a fazer - me sentir a Barbie, ou a rapariga mais feliz do Mundo, incondicionalmente . O amor é um bocadinho isto ♥ ou isto é só um bocadinho daquilo que é o amor .

Não basta ser, para muitos é preciso parecer.
E ser não é querer assumir - se perante alguém, ser não é ser admirado nem adorado. Ser não é ter muitas pessoas que saibam o meu nome, ser é ter a capacidade de ser.
E a quem o diz fácil, ou a quem nem pensa se o é ou não, é porque não o é. Ou então é porque gasta demasiado do seu tempo a querer ser, mas a querer ser quem não é. E isso não é ser, é parecer.
Não é preciso parecer para ser, não são precisas máscaras. Não são precisas farsas nem falsas palavras. Não é preciso imitar, não é preciso copiar. Não é preciso gritar para que reparem na nossa existência. Quem é, é simplesmente. É porque sempre foi, não quis ser. É porque não se preocupa com aquilo que parece, é e sabe quem e como é. E ser não é grandiosidade nenhuma, não há prémio Nobel para quem é por simplesmente o ser, não há Óscar , nem aplausos. Mas há a enormíssima sensação de ser que pertence a cada alguém de maneira diferente. Isso pode não ser ser, mas parecer é que não é. E a compensação está aí mesmo, posso não ser grande, mas sinto - me assim apenas por saber que não pareço. Sou, e por menos que seja, sou. Sou , sou.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

2007


Nunca é nem será tarde demais para recordar o nosso 2007.
Para os que acreditam, talvez pelo sete no final. Para os outros, ou um ano como tantos, ou então a marca do destino.
O que é certo, é que acreditando ou não em números da sorte, e na sorte em si, este foi um ano de aprendizagens, de amores, de amizades. Foi um ano de vida, um ano de crescimentos, um ano de revelações, um ano completo; do bom , do mal e do'mais ou menos' .
Houveram vezes em que apeteceu desistir, outras que achei que o meu coração não aguentaria mais de alegria. Foi um ano cheio de juventude, cheio daquilo que gostamos, e do que não queríamos ter passado. Até aí, até nisso eu digo, Obrigada. Aos que estiveram, aos que não estiveram. A Deus , ao destino. A quem destinou tudo ( eu acredito no destino. )
Corri, saltei, ri , chorei, abracei, beijei, escrevi, li, disse, pensei, guardei, calei, amei, quis, ganhei, perdi,ouvi, cantei, gritei, agradeci, vivi. Vivi um ano que não foi como outros tantos, e acho que com o passar dos anos deixa - se de querer comer as doze passas, deixa - se de acreditar nos 12 desejos à meia noite do dia 31. Deixa - se que sonhar com sorte. Eu, pelo menos eu, aprendi que a sorte ou o azar estão há muito tempo definidos e a nós ( que afinal somos só pessoas no meio de Mundos dentro de um Mundo ) resta tentar construir e reconstruir não a sorte, mas a felicidade.
Mas muito do que foi o meu 2007 eu escrevi. Em folhas velhas que provavelmente estarão bem longe, escrevi no coração, na mente. Escrevi para muitos, escrevi para mim. Escrevi por necessidade de expressão, escrevi por prazer. Escrevi. Escrevi porque nesse acto encontrei definições incompreensíveis, inexplicáveis. Escrevi porque ao fazê - lo senti - me realmente bem. Escrevi não para agradar, escrevi não para me assumir. Escrevi por escrever até entender que podia passar para o papel as maiores barbaridades, mas até sabendo disso escrevi. As letras, as palavras, as vírgulas, eram e são soluções que eu nunca pensei o serem. É uma sensação de liberdade, de independência de sentimentos , mas em contra partida uma dependência única do teclado, da caneta, do papel. Duma folha velha e rasgada, dum lápis sem bico. É uma magia que eu não sei definir. Mas magia magia teve o velhinho , gasto e tão bem relembrado 2007.
Para este 2008 que já pisamos ( com ou não o pé direito ), não tenho grandes expectativas. Só quero continuar a correr, a saltar , a rir, a chorar , a abraçar, a beijar. A escrever, a ler, a pensar, a guardar, a calar. A amar a querer, a ganhar, a perder a ouvir e a cantar, a gritar, a agradecer e a viver. Quero muito continuar a ter a minha liberdade de expressar no primeiro papel que aparecer tudo o que eu não sei dizer, só sentir. Quero ter perto de mim uma caneta ou um lápis, uma folha ou um caderno. Um amigo, um amor. Uma vida.

sábado, 5 de janeiro de 2008

antes fosse.

Estou um bocado farta desta merda.
Eu disse o que todos os que lá estavam pensaram. Eles calaram - se e disseram as maiores maldades pelas costas. Eu disse - as de frente.
Os outros agora são os maiores, foram os únicos correctos. Eu fui a única má e desleal. Até me acusaram das maiores barbaridades, daquelas sem qualquer nexo.
Para a próxima calo - me, penso e comento com alguém. Assim fico bem vista.
Antes fossem todos um bocadinho como ele.
Enfim, há situações que se podem repetir 30 vezes que eu vou fazer asneira 31 vezes. É que se ainda fosse para meu bem, o pior é que me ponho em situações estúpidas por pessoas que não merecem coisa nenhuma.
É um bocado a lei da vida, que lei !
Onde é que se meteram as pessoas racionais?! As pessoas e as atitudes delas.
Ai , que sítio tão mau este que nós vivemos.
Cá eu, vou um bocadinho para o o meu Mundo. Digam o que disserem lá está - se bem melhor, e lá só entra quem eu quero, e tenho tempo para pensar se devo ou não cometer os erros de sempre.
Antes fossem todos um bocadinho como ele , repito - o com a mesma força e convicção com que os ponteiros do relógio fazem um tic-tac irritante e irracional, como não podia deixar de ser.