terça-feira, 14 de agosto de 2007

Silêncio.


Sentei - me no meio do nada, numa sala vazia cheia de ar apenas. Reinavam memórias dum tempo a que posso denominar " o nunca ". Vi como por magia momentos passados que fizeram com que construísse no coração uma ideia, provavelmente errada. Não sei se aquele repentinoso flash era real ou se foi apenas ilusão para além do sonhar que eu tão bem conheço , lembro apenas que formou em mim uma nova definição de amor, ou de amar. Inocentemente criei a fantasia da " perfeição "Perfeição... A palavra indica exactamente o contrário daquilo que vem escrito em todos os dicionários.
Então , ainda sentada na tal sala e sem encontrar uma solução para quebrar aquele silêncio irritante, frustante capaz de quase me endoidecer, olhava e não via. Deparava - me com o preto do escuro e pensei não conseguir jamais sair dali. Continuava iludida com a tal imperfeita palavra: perfeição. Não sei o que me deu para conseguir pensar que tal sentimento tão complexo e repleto de sensações pudesse ser então prefeccionista. Óh , tanta estupidez junta. Amar é bom , não disse o contrário mas daí até ser perfeito...
O preto que tão mudo me pareceu ia " comendo - me " os movimentos, amordaçando - me sem me deixar soltar sequer um bocadinho daquela espécie de terror momentâneo e não via maneira de sair, daquele afinal, bem mais do que flash.
Perfeição?! É apenas a palavra , mais do que isso não significa. E quem disse que perfeito era algum sentimento? Não, então o amor não é perfeição nem nada que se possa definir. É amor e muito mais.
Não , acho que ninguém ouve o silêncio da mesma forma que eu o faço, mas ele transmite - nos as mais perfeitas lições .

2 comentários:

Anônimo disse...

quase

Anônimo disse...

Este pequeno texto é um poema ao amor. Seria para mim mais inebriante, eu que gosto menos da poesia/prosa e muito mais da poesia rimada, se fosse transformado, por ex. num soneto. E que tal?
Ass.: Tu sabes