segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

sobre os hi5's

Não sou muito do género de fazer slides ou criar pseudo-tops a tornar pessoas que mal conheço em meus amigos de longa data. Nem tão pouco utilizo isto como meio de popularização quanto mais de 'putização'.
É irónico passar em certos hi5's e deparar-me com a falta de nível que por lá vai. Sei lá, é aquilo que todos sabem porque faz já parte das rotinas.
Acho que nunca antes fora necessário uma página na internet para alguém se assumir perante uma sociedade ( que não mais existe porque afinal, é virtual), hoje - e já há algum tempo - é a forma mais óbvia e claro, mais fácil.
Não venho para aqui para ser uma excepção nem para me considerar diferente e automaticamente melhor, até porque se também tenho hi5 está claro que senti mais do que curiosidade - uma vontade de entrar neste Mundo. Mas a questão está aí mesmo, estamos em tantos mundos ao mesmo tempo que ainda não parámos para recriar o nosso, com a verdade que merecemos e até dignidade que escassa conforme passam os segundos. Isto é, o mundo do photoshop, do hi5, do fotolog. Um mundo que depois dos anteriores se cria em torno de alguém que afinal, NÃO EXISTE. É tudo uma questão de milhares de máscaras por detrás de vidas, e a isso eu chamo de futilidade.
Não querendo pôr tudo no mesmo saco, este cabe na consciência de alguns .

domingo, 12 de outubro de 2008

algures em Setembro.

Cinco cores. Cinco vidas. Cinco histórias e nenhuma lógica. Nenhum sentido, nenhuma razão.
Dois dias, dois momentos. Duas horas. Duas lágrimas e nenhuma lógica. Nenhum sentido, nenhuma razão.
Uma pessoa, mais uma pessoa.
Um amor. Uma conveniência. Uma lágrima, uma indiferença e no entanto, nenhuma lógica. Nenhum sentido, nenhuma razão. Nenhuma justiça, nenhuma compensação, nenhum sorriso.
Nenhuma verdade, nenhuma transparência. Nenhuma justiça. Nenhuma justiça. Nenhuma justiça.
Nada, nada, nada. Amor cego, amor-ilusão, amor-mentira.
Amor aqui, falsidade lá.
Adeus hoje, olá amanhã.
Coragem, ou falta dela. Amor e falta de compreensão.
Tudo num lado, nada do outro. E nenhuma justiça, nenhuma lógica. Nenhum sentido, nenhuma razão.
Nada, nada e nada.
Nada, nada e nada. Nunca nada, nunca nada de nada.

2008.10.03 , 22h33

Queria ser uma memória, uma recordação. Qualquer coisa semelhante aos mais diversos objectos, papéis, fotografias ( entre outros ) que guardo no meio daquele caderno de criança. Que me olhassem com carinho e chorassem com saudades- era isso, o que eu queria. Que gostassem de mim com dedicação, que precisassem do meu amor como eu preciso do deles.
Queria ser personagem principal nos contos imaginários e viver feliz para sempre no coração de alguém; da mesma forma que vivem felizes para sempre no meu coração.
Mas há um livro , escrito ao calhas, sem aspectos gramaticais nem tão pouco filosóficos interessantes do qual eu queria mesmo fazer parte. Até sabendo que se trata de algo pouco correcto, pouco sábio, mas eu queria. Queria muito e aceitava um papel qualquer. Desde rainha a criada ou até figurante sem nome nem falas. Queria estar lá, apenas pelo simples e quase concreto facto de estar. Significaria uma presença , com o seu pouco relevo - é certo- mas estava.
O livro, o livro é a vida de quem me levou a vida. E chamo livro ás vidas, porque é assim mesmo: muitos capítulos, imensos pontos finais e uma quantidade insuportável de personagens.
E este livro - ou vida - pertence ao sonho, amor, ilusão, desilusão, carinho, tristeza da minha história, do meu livro.

2008.10.03 , 22h15

Fecho os olhos e tento criar uma linha imaginária em redor da minha vida, dos meus dias, dos meus sonhos, das minhas memórias, das minhas saudades; das minhas lágrimas. Então a linha forma-se curva com rotações imparáveis. O medo é constante, nesta montanha russa de sentimentos.
Vidro-me numa história, na única que sei de cor e reparo que ela significa algo para mim. Mais ninguém a vê, nem muito menos a sente como eu. Começo a pensar que se trata de uma história imaginada por mim em actos de desespero, mas não. Existe mesmo e pertence-me como se fosse um órgão vital: domina as minhas vontades e forças, destrói o que construí. Faz-me sorrir e chorar. Faz-me amar e odiar. Toma conta de mim com a injustiça habitual das histórias.
Não há príncipe nem princesa. Nem bruxa nem duendes, nem fadas. Há um lugar escuro que consiste em quatro paredes e pouco mais: um caderno e um marcador. Muitos riscos e palavras, muitas frases sem nexo e por trás de tudo, uma vida. Uma vida quase esquecida no meio do silêncio ruidoso, penoso, sofrido e pesado. Uma vida sem vida que deu a vida que tinha quando ainda era vida a um amor, que era a sua vida. Um amor enorme dum lado, um nada do outro. E no meio de tanta coisa vazia, há uma quantidade enorme de lágrimas que borratam o caderno e fazem dele uma tela de um pintor abstracto sem talento nem vontade.
Ao longe ouvem-se decerto suspiros tristes, mas é bom que ninguém os queira ouvir de perto - assustariam-se com a imensidão do escuro, do borratado das gotas salgadas, e assustariam-se ainda mais com aquele corpo já sem alma que só serve para desenhar palavras tortas que nunca ninguém vai entender. E digo que é só corpo porque já não restam vestígios da alma. O brilho do olhar já não é brilho, é apenas uma expressão triste; o sorriso é igualmente triste e cínico.
É um corpo que sobreviveu a uma luta - e que luta! - que lhe roubou a vida.
Ninguém entende a tal história porque ninguém sabe do tal corpo sem alma. Ninguém entende a tal história porque ninguém tem a plena noção de injustiça. Ninguém entende a tal história porque só se interessam com os contos de príncipes e princesas. Ninguém entende a minha história, porque ninguém sabe como ela é realmente. Mas é melhor não tentarem entender as quatro paredes escuras, porque nunca ninguém lá vai poder entrar.
É um mundo de alguém que não quer viver porque a sua história lhe roubou a vida, é um mundo que ninguém pode querer porque não o dou, nem empresto a ninguém.
Gostava de acrescentar o famoso " The end ", mas isso, não depende nem da história, nem do tal corpo.

sábado, 23 de agosto de 2008

Onde estás, meu amor?

Sempre foste o príncipe dos meus sonhos e o rei do meu coração. Foste a alma mais bonita de sempre e quer eu queira quer não, o sempre vai estar sempre em toda a parte enquanto eu escrever de amor, de um amor, do nosso amor de sempre.
Todos as vezes em que não te tive, chorei porque precisei de ti, quando te tive e estavas do meu lado, agarrei-te com força porque tive muito medo de te voltar a perder. E habituei-me a agarrar-te com essa força, com esse carinho, com essa ternura, com esse amor. Habituei-me a ti, ás tuas palavras bonitas ao meu ouvido, ao teu cheiro, aos teus lábios, aos teus braços, aos teus olhos brilhantes, ao teu sorriso que me dizia tudo de ti, sempre. Habituei-me a admirar-te os passos e as conversas, habituei-me a uma rotina nossa que eu não me importava de repetir. Habituei-me a deitar-me sob o teu coração e a ouvi-lo com atenção, e depois comentar contigo que as batidas são duplas, como se a separar as sílabas do meu nome. Habituei-me ao beijinho de Bom dia , amor , ás conversas iguais a sempre, aos abraços sem fim. Habituei-me a cada linha do teu corpo e habituei-me à tua voz. Habituei-me a ti como se fosses eu. E sonhamos, sonhamos tanto com o futuro, estivemos na vida um do outro nos momentos bons e nos menos bons e acima de tudo amamos-nos em cada segundo. Juramos amor e prometemos eternidade.
E hoje, hoje que eu não sei bem de ti, e de ti só posso esperar um telefonema rápido, quase silencioso e estranho, tenho medo. Tenho medo porque foste tu que apagaste o brilho dos meus olhos com um erro imperdoável. E deixei-te ir, sem ter coragem para dizer que te amo acima do Mundo, e todos os dias, quando ouço a tua voz, forma-se um nó gigante na minha garganta e só me apetece desfazer - me em lágrimas, dizer-te que não vivo sem ti, que estou a morrer de saudades tuas e que te amo , muito. Mas o orgulho de sempre impede-me de o fazer, e fico o tempo todo a culpar-te no silêncio por toda a dor que me causas, mas quando desligas, o Mundo acaba e só me apetece ligar-te de novo, e dizer-te as palavras de amor que respiram verdade.
Enquanto não vens, enquanto fico sem saber nada de mim,nem de ti, nem de nós, procuro o teu cheiro nas almofadas, nas minhas roupas, em todos os cantos, espero uma mensagem tua ou um telefonema fora de horas. Mas tu não voltas, pois não? O tempo quer levar-te da minha vida, mas não deixes. Não deixes porque eu tenho muito mais para te dizer, muito mais para te amar e tu, tu tens um pedido de desculpas pendente pela ferida enorme que fizeste nos meus sonhos. O tempo do meu tempo está a destruir-me e eu a destruir-me ao nível dele. Não aguento porque me habituei a ti, à tua presença automática na minha vida e em mim. Habituei-me como quem nunca se quer desabituar, e hoje que preciso de ti mais do que nunca na minha vida, choro por desespero, e ninguém me ouve, ninguém vem, porque ninguém sabe. Ninguém sabe o quanto dói, ninguém.
Espero e desespero por ti, meu amor. Porque és tu quem dá a alma à minha vida, é do teu abraço que eu preciso para ter força, e agora, que estou perdida num lugar onde ninguém se encontra, peço ao livro divino para que isto seja só uma pequena vírgula, um pequeno momento de uma história bem grande.
Tu sabes, e eu sei tão bem quanto tu que estas são cartas que nunca irás ler, porque não saberás da existência delas. Por isso amanhã, quando o telefone tocar e eu for apoderada pelo meu horrível orgulho, não te esqueças meu amor, que te amo.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Coração de gente grande

Recordo - me do quanto me era especial ainda há pouco tempo,sonhar e idealizar-me como uma menina perfeita, uma filha querida, uma irmã de sonho. Uma mulher admirável e amada, uma mãe ideal. Sonhava tudo como se o destino dependesse disso mesmo, de sonhos.
Quem sabe, quem sabe... Mas nunca deixei de ter a noção, de que há um livro divino que é visto como o tesouro de todas as eternidades, um tesouro por certo bem escondido que requer chaves, palavras mágicas e varinhas de condão. É um livro enorme, o livro do destino.
Vi-o em noites de sono profundo, em truques de magia onde estava sempre o chapéu preto e o coelho. Em castelos de princesas com sapatos de diamantes e em brincadeiras de miúda nas quais ninguém crê. Procurei nas minhas estantes de livros, no meio das colecções de histórias. Desejei com muita força encontrar o livro do futuro, o vidente mais certo.
Com o passar do tempo, fui desistindo de o encontrar. Comecei a perceber a essência da descoberta, da surpresa, das alegrias e dos contratempos que estão de certeza escritos lá no livro dos meus sonhos ou ilusões de criança.
Fui caindo, tropeçando, caí muitas vezes na mesma poça de lama, doeu, sangrou. Mas com o orgulho de sempre, levantei-me sozinha, trinquei o lábio e disse para quem assistia : Não doeu nada! Chorei sozinha, como sempre faço. Odiei a história que aquele livro místico e misterioso contava sobre mim. Quis, tantas vezes, encontrá-lo e rasgar páginas dele.
Não o encontrei porque nessas alturas nem tive força para o procurar, aprendi a viver com a expectativa de quem não sabe o que vai acontecer a seguir. Habituei-me. A própria vida é uma questão de hábito, tem que ser.
Hoje,vivo sem pressa. Falo do que sei e sonho com o que desconheço. Respondo de maneira a que só quem ama entende, e vivo como sempre vivi.
Criticam-me e põe-me defeitos que eu acho não corresponder, mas o que é certo é que ( há algum tempo) escrevi dezenas de cartas ao pai natal a pedir-lhe apenas amor para os que não o têm e nunca ninguém imaginou que eu fosse capaz de o fazer.
Acredito que poucos ou nenhuns me conhecem, nem mesmo os que o deviam por obrigação, mas sempre fui assim, diferente para alguns, vulgarmente igual para outros. Para mim, sempre fui normal, nunca quis ser mais do que aquilo que é o limite .
O sorriso por vezes foge, porque o querem levar para longe. Sempre me disseram que as coisas que não têm pernas, não fogem sozinhas, alguém as deixa perdidas, ou alguém as rouba. E quando me refiro ao meu sorriso, é assim mesmo. Por vezes perco-o por pura distracção e estupidez, noutras situações roubam-mo por maldade e nem reparam.
Mas mesmo assim, vivo sem pressas, vivo sem segundas intenções. Vivo num castelo de filosofias raras e lógicas diferentes, habito um mundo melhor do que o vosso, sendo ele de areia ou não. Faço da melodia do mar a música mais bonita de todas, e bastam palavras pequenas metaforizadas com amor. Basta-me a paz, a compreensão e os sorrisos. Basta-me a calma de quem vive com vontade e basta-me os sonhos. Sou feliz, como uma criança feliz que não diz que é feliz,porque nem pensa nisso, mas no entanto o seu olhar é baço de alegria, e por isso, e por todas as contradições que fazem parte do mundo e da lógica dos pequeninos, acreditamos que seja mesmo feliz.
É uma bolha de sabão onde tudo é bonito e onde só entra quem tiver corpo de criança, mas coração de gente grande.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Já não são apenas frases feitas, ditas , reeditas e ditas de novo. Cansei - me delas como quem se cansa daquilo que se repete exaustivamente.
São frases sem sentido nem nexo, viciadas no vício que lhes forneço e perdidas nas ruas que eu encontrei um dia. São minhas, como se tivessem sido feitas para mim e esperassem a minha útil (ou não!) utilização delas mesmas.
Encho-as de eufemismos quando me convém, e hiperbolizo-as quando preciso de o fazer. São minhas, faço delas o que pretender e na maioria das vezes, uso-as a meu favor.Tenho esse direito, como outra pessoa qualquer. Se não me conformo, sou irónica até me darem razão. Com comparações e metáforas faço uma luta que só vê fim quando eu a vencer.
São apenas palavras, mas grandes e fortes palavras que são e fazem aquilo que eu pretender, onde, quando e com quem eu pretender. Vejo-as tal escapatória ao vosso Mundo , livro - me de vocês com elas, e elas, que são mais ( muito mais. ) do que todos nós, existem não para se afirmarem, mas sim para servirem ( -nos). Ninguém vê , ninguém as vê e no entanto, se não fossem elas, nenhum de nós seria o que é.
Não são inúteis, podem é ser em vão. Mas são palavras e merecem no mínimo o reconhecimento por serem, (apenas) palavras.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Dias que morrem sem terem sentido a vida, luzes que se apagam sem nunca antes terem sido acesas. Caminhos que se perdem, sem nunca se terem encontrado, anos que passam, pessoas que mudam, ventos que se vão, ares que se renovam, gestos que não se repetem, canções que se tornam mudas, palavras que perdem o sentido, espelhos que já nada reflectem. E tudo, tudo isto deixa saudade.


sexta-feira, 4 de julho de 2008

Já tive medo do tempo. Medo que ele passasse mais depressa do que a sua pressa habitual e nos fizesse esquecer do que supostamente seria inesquecível.
Tive medo do vento. Medo que num vendaval ele levasse com ele tudo o que faz de mim alguém.
Até já tive medo do silêncio. Ele podia amordaçar - me e prender as palavras que eu tinha para te dizer. Tive medo de não as poder dizer.
Tive medo de falar. De dizer tudo de uma só vez, de dizer de mais ou de dizer muito pouco.
Tive até medo de chorar. Medo que as lágrimas lavassem os sorrisos e durassem a eternidade.
Por falar de eternidade, tive medo dela. É verdade, tive medo que as sensações durassem para sempre e daí se repetissem até se desgastarem.
Tive medo da solidão. Medo de estar sozinha , medo de me confrontar apenas comigo mesma e aí não haver uma fuga para todos os erros e defeitos.
Tive tantos medos que o medo me levou a perdê -los.
Eu hoje, tenho medo do medo. Muito medo do medo. Medo de repetir esta palavra até ela perder o significado. Medo, medo. Tenho medo de ti , medo. Tenho medo que me afastes da realidade, dos que me são a realidade. Tenho medo que acabes com o que me faz feliz, tenho medo de ti, mas tenho ainda mais medo de perder os medos.
Isso significaria que o vício da rotina me fez habituar a eles, e não, não me estaria a afastar deles mas sim a acumulá - los dentro de uma alma , que só por si já tem medo de não ter quem a conforte.

O teu perfume invade - me o olfacto, o teu toque arrepia - me mesmo quando estás longe. Tenho medo , tenho medo de ter saudades.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Chegaste a casa ás horas que bem te apeteceu. Já havia desistido dos cafés, dos chás, da música, dos livros. Experimentei de tudo, só queria ver - te chegar.
Esperei quase cinco eternidades e não vinhas. Não me cansei a imaginar o que farias há tantas horas, inocentemente criei desculpas que te desculpassem a ti. Só a ti , porque desde há imensas eternidades eras só tu que me interessavas.
Acordei com o barulho dos teus passos, as tuas sapatilhas estavam cansadas dos quilómetros, das ruas e do resto. Fechei os olhos, e fingi dormir. Deste - me o beijo terno de sempre, que me fez perdoar - te as horas de um quase-sono no sofá. O chão estava repleto de chávenas, bolachas, CD's e o livro espalhado. Não me questionaste, nem muito menos eu a ti. Pegaste - me no colo, como se fosse uma criança. Deitaste - me do teu lado, e pousei a minha cabeça no teu peito : - " Onde foste , amor ? "
- " Fui provar - me a mim mesmo que não sei viver sem ti. Fui ter saudades tuas, para poder jurar - te agora que te amo ". - " Mas já não tinhas essa certeza? " - " Sempre tive, mas agora tenho com ainda mais força , meu anjo. Obrigada por existires . " - " Não queiras sentir saudades de novo, pensei que não vinhas ".

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Surpreende - me a vossa capacidade de desvalorizar sentimentos ( que aos vossos olhos não passam de umas coisas típicas da adolescência ) . Fazem 'disso' algo tão pouco considerável que me leva a questionar - me a mim mesma se nunca o sentiram (?!) .
Nunca pedi para me levarem como ' grande ', à vossa imagem, mas não subestimem a força de um amor, e muito menos a minha tão por vós conhecida, austeridade de carácter.

sexta-feira, 13 de junho de 2008


No final do concerto, achamos que faltava agradecer a quem mais nos apoiou, então fizêmo-lo, da maneira que pensamos ter sido, talvez mais emocionante - dizem :


Se hoje foi possível, se ao longo do ano todos os projectos foram conseguidos, tudo isso dependeu da confiança que alguém muito importante em nós depositou.
Alguém com um sentido de responsabilidade muito maior do que qualquer outra pessoa, alguém que olha com mistério e simultaneamente com uma ternura que só a ela lhe pertence. Alguém que tem certezas convictas de tudo, alguém demasiado transparente sem qualquer tipo de máscara ou farsa. Sem medo da frontalidade, sem medo da verdade nua e crua tal como é.
Da parte de todos, existe para com essa pessoa muito mais do que carinho e respeito, há uma espécie de legenda que a nós nos diz que é o exemplo que todos devemos seguir. É o sorriso e a gargalhada no momento certo, é a expressão severa quando essa é necessária. Mas mais do que tudo é o apoio incondicional, a preocupação com qualquer um dos nossos sorrisos quando parecem apagados, a palavra amiga, o conforto no segundo em que ele é preciso.
Sabemos todos que do seu lado somos capazes de muito, pela força que nos transmite, pelo empenho que faz com que seja maior do que nós mesmos. Do seu lado o Mundo não é tão grande como parece, nós mesmos, unidos como nos conheceu, podemos chegar onde quisermos, professora Júlia.
Exactamente como o tempo nos fez crescer, a professora fez – nos aprender a ver a vida lá fora de uma forma bem mais realista, mas ao mesmo tempo sem nos querer desprender dos sonhos inocentes que ainda os temos. Alerta – nos para aquilo que não queremos encontrar no futuro, mas dá-nos asas para irmos em frente com o que planeamos, parece ser possível alcançar tudo o que imaginamos algures, quando ainda tínhamos o tempo todo para sermos apenas crianças.
Sei e sabemos todos que iremos encontrar barreiras bem altas, ás quais teremos de trepar até conseguir avançar e alcançar o outro lado, mas até isso parece estar já quase superado. Há forças demasiado fortes ( que até merecem todas as repetições anafóricas possíveis) , que nos fazem acreditar no céu, e que o caminho para lá é e será duro e árduo, mas com responsabilidade, empenho e um sorriso, pode ser verdade, pode tudo, podemos tudo. E se somos capazes de idealizar um amanhã assim, é porque ao longo das nossas ainda pequenas vidas, nos traçamos com pessoas de verdade, sem medo ou preconceito de assumir o que sentem. Pessoas que acreditaram em nós, pessoas que souberam mostrar-nos o caminho certo. Uma delas, professora Júlia, é você. Agradecemos-lhe muito mais do que dois anos de ensino, agradecemos a sua presença constante e permanente nas nossas vidas, o apoio, confiança e carinho. Os sonhos e projectos possíveis, as aulas ditas perdidas pelos sermões e lições de vida, aulas estas que ficaram e ficarão presentes.
Não somos perfeitos, nem a professora é perfeição. Somos apenas pequenos seres dispostos a seguir o exemplo de alguém bem grande.
Obrigada ,por acreditar em cada sonho nosso traçado. Obrigada por nos dar a mão quando parecemos desamparados, obrigada por impor o respeito que é e será seu, obrigada por hoje e por ontem. Amanhã estaremos maiores um bocadinho, mas teremos sempre em mente tudo o que durante dois anos se passou, daí estarmos sempre no lugar de sempre.

Até sempre, até amanhã professora Júlia.




Filipa.

sábado, 31 de maio de 2008

Deixei o meu corpo escorregar dele mesmo e deparei - me imóvel no chão. Um cobertor enrolado em meu redor para me aquecer a alma. Uma música de fundo que não parou de se repetir, eu própria não parei de repetir os meus gestos obsessivos e loucos, pelo medo.
Nem palavras, nem cores. Nem vida nem nada. Estava tudo evacuado de tudo, e o nada estava ainda mais cheio de nada do que aquilo que era normal. O ar era sarcástico e irreversível. Sem soluções nem respostas em canto nenhum. As paredes pararam com o sussurro mesquinho e nada se importava com aquele relevo de quase ninguém , embrulhado num cobertor bonito, mas sem qualquer rumo, ou deriva.
Eu também não queria atenção, queria mesmo estar sozinha e parecer indiferente uma vez na vida. Estava só à espera da única alma que me poderia aquecer o corpo. E o coração.
Eu esperei. E a música já se mostrava cansada de tanta repetição. Pedi desculpas a mim mesma pelo meu tenebroso orgulho , pela minha insistida frieza. Implorei - me a mim e ao tempo . A mim para me perdoar , ao tempo para voltar atrás. De nada valeu. Nem uma nem outra, nem eu mesmo estava a meu favor, quanto mais o tempo.
Não me movia , mas movia - se o meu corpo. A música não se calava e o " true " da letra dava cabo de mim sempre que cantado. Acho que estava desesperada com tanta espera, mas esperei até à exaustão. ( Nem sequer pus a hipótese de noutro canto qualquer estarem à espera , da mesmo forma que eu. )
Fui egoísta , tal como sempre. Até comigo mesmo o fui, mas não me condeno.
Tentei abstrair - me das horas, do irritante e insuportável tic-tac do enorme relógio. Este tempo não tem tempo para ninguém. " cause my
heart keeps falling faster " , esta melodia extremamente bonita não se cansa de me fazer olhar para a realidade ( ainda bem ).
Acho que comecei a sentir - me fraca , sentir - me quase ninguém. Fui tão cobarde que tive medo de aceitar a verdade, de ir ao encontro dela. Mas continuo, continuo à espera. É muito mais forte do que eu, é , foi e sempre será.
Ninguém me trouxe respostas, ninguém me trouxe sorrisos, ninguém levou as minhas lágrimas.
Continuo a esperar, a problemática da questão é que o tempo não espera, e por mim não vai ser excepção, acerto com muita certeza.

quais juras, qual quê ?!

Na maioria e triste das vezes, é utilizada a promessa " sempre " completamente em vão. Sem noção das implicações ou consequências até. Quem diz sempre é como quem diz nunca, ou o diz com a convicção de que o é mesmo, ou então não passa de qualquer pessoa que acha por bom tom prometer algo irrealizável.
Pena, tenho. Não dos que são iludidos, mas sim dos que iludem - esses vão acabar por ser iludidos e entram assim num ciclo vicioso imparável, incontrolável e insuportável. Repetitivos , inocentes , perversos.
Deixa estar se não te achas capaz de tornar real o que vais dizer, cala-te e fala - me antes de hoje e de ontem . Não jures a felicidade do amanhã se nem dela tens a certeza. Deixa estar, sou feliz na mesma, é importante que ames hoje, um pouco ou não à deriva e à procura da resposta daquilo que o futuro possa trazer, mas deixa. Se amas, ama com verdade.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

quarta-feira, 7 de maio de 2008

conceitos e definições.


Em pequenos grandes momentos de ausência tua, reflicto e penso o bom que seria ter-te do meu lado, pelos pequenos gestos, pelas pequenas palavras.
Fico à espera, sem saber porquê nem para quê. As pessoas vão passando e a minha ânsia permanece. Há um desejo único: ver-te chegar, com um sorriso de vontade e traçadas no teu rosto linhas curvas, rectas ou circulares que definam uma expressão feliz.
Espero um tempo que dentro de mim é indeterminado e até incondicional. Não é obrigação nem hábito, é querer, é persistência, é certeza. Certeza essa que me dá ainda mais certeza de que és tu, mais do que outro alguém.
No fundo eu sei que vais aparecer, mas se assim não fosse eu ia esperar-te na mesma. Ia ver-te sorrir, mesmo que não fosse para mim, ia esperar como esperei e espero, mesmo que não houvesse um final feliz.
E faço - o não por mim, nem por ti. Faço - o por algo que me consome as forças, algo maior do que eu, algo mais forte e emotivo. Algo que me faz querer mais e mais, é algo. Uns definem-no, eu não.
É uma questão de conceitos.

sábado, 3 de maio de 2008

Os meus passos sucedem - se, um a seguir ao outro, sem rumo, sem vontade, sem objectivos traçados. Vou onde os meus pés quiserem, vou sem me apetecer, vou mas quero voltar.
Generalizo as pessoas e vejo - as iguais, viciadas em tendências e farsas. Escondem sorrisos já viciados e riem para darem a entender qualquer coisa.
Só há uma vontade que vale pelo resto - é saber que apôs abrir a porta vai lá estar o único alguém de braços abertos, com um sorrisos gigante e com o eterno objectivo de me fazer feliz.
À nossa volta há o resto , e eles até são mais, mas valem menos do que nada : escondem - se da verdade, mas acabam por se deparar com a mentira.

terça-feira, 18 de março de 2008

Há um brilho conquistador reservado em cada pedaço de alma. Em cada minuto perdido, em cada lágrima, em cada sorriso. Em cada aperto da saudade há uma sombra que se esconde dela mesma. E então as palavras cruzam - se, os sorrisos confundem - se. A música cala - se, as pessoas deixam de saber. A perfeição acaba de vez e não há ninguém que seja suficientemente importante para fazer o Mundo viver de novo.
Num dia, perdido e sem qualquer tipo de identificação, esperei pelo que prometeste. Sentada num banco perdido de nada, estava eu, alucinada com a esperança de um sorriso apaixonado. Esperei que viesses, esperei um beijo, esperei a tua presença. Os minutos pareciam não passar, mas esperei. Esperei por tudo o que prometemos, esperei pelas palavras que sempre citaste. Esperei pelos momentos, esperei por ti, como se fosses a única vida presente à minha volta.Não deixei que os segundos arruinassem o quer que fosse, esperei mais e mais. Esperei pelo brilho dos teus olhos, esperei que viesses. Esperei, estática e imóvel , sentada num lugar que nunca ninguém viu. Sem desistir, sem perder de vista o sonho, os planos e o suposto futuro ,deixei cair a lágrima mais profunda de todas, deixei que a saudade inundasse tudo o que é meu. Deixei de acreditar que viesses. Por breves mas enormes segundos acreditei que fosses apenas loucura minha, criada por mim e para mim. Pus em causa cada passo, cada resto que é meu e teu, ou talvez não fosse. Foi mais do que medo, foi sentir ali a sensação do que é não te ter na minha vida. O banco deixou de existir, estava perdida algures num lugar desconhecido dele mesmo. Não passou ninguém, nem tu chegaste. Nunca mais.
Acordei com medo, acordei sem vontade de acordar. Acordei por acordar , acordei porque estava na hora de parar com a estupidez da imaginação. Levantei - me e vi o teu incondicional sorriso estampado em todos os bocados de mim. És real, existes e não és apenas loucura.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

um lugar qualquer.

Olho à minha volta. Perco - me na distância tão enorme daquilo que eu conheço. Desconcentro - me no silêncio destas ruelas abandonadas e esquecidas. Falo-lhes de mim, conto - lhes o segredo do meu coração. Elas desprezam - me mais do que ninguém , e então repito . Grito a estas ruas e caminhos a apodrecer, perdidas numa escuridão tão fria, tão húmida a importância de ser pessoa, da necessidade de ir ao encontro daquilo que parece assustador . Berro, porque não foi este o sítio que idealizei naquela noite de sonhos em lugares desabitados de amor.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

São seis da tarde. Caminho sozinha por ruas que piso constantemente. Sempre que por aqui passo , ausento - me do mundo ou ausento - me das pessoas. Sempre que olho para isto, para estas casas velhas e estragadas, para esta estrada limpa pela falta de quem por cá passe, olho para estes pequenos metros e estou - me a sentir individualista: passa - me tudo pela cabeça. Esta estrada tem um cheiro que é dela, e tem uma obscuridade que não devem entender. Tenho medo de passar aqui, daí os meus passos apressados, a minha respiração silenciosa e o coração limitado ao silêncio amedontrado. As velhinhas passam e esperam que lhes diga 'olá'. Esqueça minha senhora, não a conheço e não quero saber se vai achar que sou mal educada. Não falo , não ouço, não vejo. Esqueço - me deles, delas. Passo por um grupo de outras velhinhas que me olham de cima a baixo - elas não me conhecem. Nunca conheceram. Vivem aqui ao lado e depois?! Não me viram a nascer, nem a jogar à bola , nem a andar ás cavalitas do meu pai. Não viram a minha vida a passar, não me viram a comer gelados e a babar - me por chocolates. Não me viram a fazer birras, não me viram de mão dada aos meus pais. Porque motivo teria de sorrir para elas ? Sim , eu sei que lhes dei motivo para cusquice durante uma semana, vão dizer que a minha família é aquilo e não sei que mais, mas não são só elas, há quem o faça , e nem um 'Olá' espere.
Continuei. Esta estrada parece eterna , e eu tenho tanto medo de não sair daqui. Estou sozinha , sou nada. Sou ninguém. Passo por milhentas campainhas, e como flash lembro - me : ia ser altamente tocar e ir a correr para não me verem.
- Por favor, porque é que iria fazer isso ? Só o faço quando estou com os meus amigos, não há qualquer motivo para o repetir. Passei por mais umas quantas campainhas e nem olhei mais para elas, passei serenamente e continuei com os meus acelerados passos.
Vivi a ideia de que o Mundo pudesse aqui acabar. Deixando - me sozinha, sem nada, deixando - me ninguém.
Cheguei a casa, como se um rumo marcado. Não pensei se viria ou não, mas vim instintamente.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Porto.


É o Porto. O tão bonito Porto.
São as suas ruelas perdidas sem qualquer rumo que me fascinam. A pobreza que se vê a olho nu, mas que de tão caracteristíca, se torna até, bonita.
As varandas a caírem de tão degradadas, as velhinhas a porem uma imensidão de roupas velhas a secar à janela, sem querer saber se aquilo vai ou não transmitir - nos uma imagem duma cidade estragada e viciada naquela imagem. E nunca a pobreza foi bonita de se fotografar, daí o carisma do nosso Porto.
Os velhinhos sentados em bancos a ler o jornal, outros , iludidos pela " alegria " do vinho, dão cambalhotas. Se caír ao rio, caíu. Os autocarros formam trânsito , os carros apitam, o rio fica calmo. Empresários vem à rua fumar o cigarro que o proibíram dentro do escritório, senhores e senhoras perdidos na esperança de deixar de serem pobres tentam vender a quem passa a maior variedade de relógios, ouros e "porcarias" que o são mesmo. O rio continua calmo. A vida corre , o relógio não pára. Eles riem elas observam. O rio está e estará calmo. ( É a alma que a água transmite .) É a beleza das situações que não se preocupam em ser ou não bonitas ( até pelo contrário ) . É a beleza natural, ou por ser antiga, por ser fascinante. Ou então vai dependendo dos olhos de cada um. A meu ver, é o fascinio das simples mas mais do que bonitas imagens ( tal como a flor , do outro post . )

sábado, 9 de fevereiro de 2008


Os mais bonitos momentos das nossas vidas, não se caracterizam pelo local, pelo odor ou pelo som serem igualmente agradáveis. O bonito é tão subjectivo e irracional que a maneira mais bonita de pensar é que bonita é a vida. Bonitas não são as pessoas, porque muitas delas preocupam - se demasiado em serem , bonitas. Bonitas são as palavras, as cores, o céu, o sol e a chuva. Bonito é acordar e saber que sou feliz . Bonitas são as mínimas e ignoradas partes pequeninas da vida, como uma pequena flor. Pequena que só pela sua inocência agravantemente bonita se torna bem maior do que qualquer um de nós. Aquela coisinha com umas pétalas robustas de encantamento nunca se preocuparam se eram ou não, bonitas. E é por isso que o são, sendo - o ou não, são bonitas. São porque são, brancas, azuis ou amarelas, são flores, são sinónimo de vida , e como não podia deixar de ser, de beleza.
Se pensarmos , somos todos seres horríveis que nos desgastamos a olhar para o espelho para agradar os outros. A felicidade dos outros incomoda ( lhes ) ,a vida que levamos não é digna de ser vida. Vida é viver sem saber, sem conhecer. Vida é inocentemente embelezar o olhar de outro alguém sem se dar conta, vida é ser - se bonito sem intenção. Vida é ser , como uma pequena mas bonita flor .

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Quem é? Tu, ou alguém que se esconde atrás de ti?


É como jogar ás escondidas. Mas em vez de se esconderem por detrás de uma árvore do recreio da escola, tapam - se e fingem ser quem não são.
Todas sentimos um bocado essa necessidade, faz - nos bem a nós e aos outros que olham. Maquilhagens, ou farsas.
Desde pequeninas que pegamos nos batons das mães e das avós e fazemos as maiores parvoíces ( eu por acaso sempre preferi jogar à bola e fazer corridas de carros, mas podia ter sido de maneira diferente, talvez venha daqui a minha incompreensão ), sonhávamos ser grandes e poder pintar os olhos , ficar bonitas para os nossos namorados ( que pensávamos ser tal como os Kens das Barbies ) nos acharem as mais bonitas do Mundo. Inocência, bonita inocência .
Mas a verdade é que faz parte do ser - se mulher, e nenhuma de nós se escapa à situação. Base para disfarçar a borbulha gigante que anda a li a irritar, eye liner para qualquer coisa, lip gloss para ridicularizar um bocadinho mais, sombrinha para combinar com a roupa e estamos prontas para parecermos que não somos, é muito mais fácil assim. O pior é a água. Ela acaba sempre por chamar a verdade e a borbulha vai estar multiplicada em dez, os olhos vão ficar com a marca daquele risquinho durante um bom tempo e entretanto o lip gloss saí muito antes de se chegar à parte da água.
Até a parva da Barbie sem aquela maquilhagem ficaria feia (ou menos bonita) ,mas o Ken ia gostar dela na mesma.
Farsa ou não, são estas piroseiras todas que nos prendem ao espelho durante horas quando nos arranjamos não para alguém em especial mas apenas , para o espelho. Mas é o espelho também que está lá quando nos vemos livres daquela amontoação de produtos rascas. E nessa altura o tal " espelho meu , espelho meu " não vira as costas, fica lá ( não fosse ele um objecto inanimado ). Se eu não gosto de mim com um monte de água fria, com olheiras e borbulhas de vez me quando, também não gosto quando me encho de porcarias para sair. E se eu não gostar, não permito que os outros gostem. E como eu não quero viver como se um jogo das escondidas, sou eu. Só eu. Posso é não ser bem uma Barbie, mas o meu Ken gosta de mim na mesma.
E o resto?! a mim pouco me importa. Aceito - me com a cara lavada de farsas, de mentiras, e de preconceitos. É, a porcaria dos batons e sombrinhas e eye liners fazem parte de um ciclo vicioso, mas reforço a ideia de que vivo bem sem esse tipo de " escapadelas-à-realidade-que-nos-tocam-a-todas".

o ken de que falava, é bem mais do que um boneco. Estava só a fazer uma comparação com o amor da minha vida . E é dele que falo quando digo que independentemente das olheiras ou borbulhas ou que for, ele vai estar do meu lado, como sempre , a fazer - me sentir a Barbie, ou a rapariga mais feliz do Mundo, incondicionalmente . O amor é um bocadinho isto ♥ ou isto é só um bocadinho daquilo que é o amor .

Não basta ser, para muitos é preciso parecer.
E ser não é querer assumir - se perante alguém, ser não é ser admirado nem adorado. Ser não é ter muitas pessoas que saibam o meu nome, ser é ter a capacidade de ser.
E a quem o diz fácil, ou a quem nem pensa se o é ou não, é porque não o é. Ou então é porque gasta demasiado do seu tempo a querer ser, mas a querer ser quem não é. E isso não é ser, é parecer.
Não é preciso parecer para ser, não são precisas máscaras. Não são precisas farsas nem falsas palavras. Não é preciso imitar, não é preciso copiar. Não é preciso gritar para que reparem na nossa existência. Quem é, é simplesmente. É porque sempre foi, não quis ser. É porque não se preocupa com aquilo que parece, é e sabe quem e como é. E ser não é grandiosidade nenhuma, não há prémio Nobel para quem é por simplesmente o ser, não há Óscar , nem aplausos. Mas há a enormíssima sensação de ser que pertence a cada alguém de maneira diferente. Isso pode não ser ser, mas parecer é que não é. E a compensação está aí mesmo, posso não ser grande, mas sinto - me assim apenas por saber que não pareço. Sou, e por menos que seja, sou. Sou , sou.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

2007


Nunca é nem será tarde demais para recordar o nosso 2007.
Para os que acreditam, talvez pelo sete no final. Para os outros, ou um ano como tantos, ou então a marca do destino.
O que é certo, é que acreditando ou não em números da sorte, e na sorte em si, este foi um ano de aprendizagens, de amores, de amizades. Foi um ano de vida, um ano de crescimentos, um ano de revelações, um ano completo; do bom , do mal e do'mais ou menos' .
Houveram vezes em que apeteceu desistir, outras que achei que o meu coração não aguentaria mais de alegria. Foi um ano cheio de juventude, cheio daquilo que gostamos, e do que não queríamos ter passado. Até aí, até nisso eu digo, Obrigada. Aos que estiveram, aos que não estiveram. A Deus , ao destino. A quem destinou tudo ( eu acredito no destino. )
Corri, saltei, ri , chorei, abracei, beijei, escrevi, li, disse, pensei, guardei, calei, amei, quis, ganhei, perdi,ouvi, cantei, gritei, agradeci, vivi. Vivi um ano que não foi como outros tantos, e acho que com o passar dos anos deixa - se de querer comer as doze passas, deixa - se de acreditar nos 12 desejos à meia noite do dia 31. Deixa - se que sonhar com sorte. Eu, pelo menos eu, aprendi que a sorte ou o azar estão há muito tempo definidos e a nós ( que afinal somos só pessoas no meio de Mundos dentro de um Mundo ) resta tentar construir e reconstruir não a sorte, mas a felicidade.
Mas muito do que foi o meu 2007 eu escrevi. Em folhas velhas que provavelmente estarão bem longe, escrevi no coração, na mente. Escrevi para muitos, escrevi para mim. Escrevi por necessidade de expressão, escrevi por prazer. Escrevi. Escrevi porque nesse acto encontrei definições incompreensíveis, inexplicáveis. Escrevi porque ao fazê - lo senti - me realmente bem. Escrevi não para agradar, escrevi não para me assumir. Escrevi por escrever até entender que podia passar para o papel as maiores barbaridades, mas até sabendo disso escrevi. As letras, as palavras, as vírgulas, eram e são soluções que eu nunca pensei o serem. É uma sensação de liberdade, de independência de sentimentos , mas em contra partida uma dependência única do teclado, da caneta, do papel. Duma folha velha e rasgada, dum lápis sem bico. É uma magia que eu não sei definir. Mas magia magia teve o velhinho , gasto e tão bem relembrado 2007.
Para este 2008 que já pisamos ( com ou não o pé direito ), não tenho grandes expectativas. Só quero continuar a correr, a saltar , a rir, a chorar , a abraçar, a beijar. A escrever, a ler, a pensar, a guardar, a calar. A amar a querer, a ganhar, a perder a ouvir e a cantar, a gritar, a agradecer e a viver. Quero muito continuar a ter a minha liberdade de expressar no primeiro papel que aparecer tudo o que eu não sei dizer, só sentir. Quero ter perto de mim uma caneta ou um lápis, uma folha ou um caderno. Um amigo, um amor. Uma vida.

sábado, 5 de janeiro de 2008

antes fosse.

Estou um bocado farta desta merda.
Eu disse o que todos os que lá estavam pensaram. Eles calaram - se e disseram as maiores maldades pelas costas. Eu disse - as de frente.
Os outros agora são os maiores, foram os únicos correctos. Eu fui a única má e desleal. Até me acusaram das maiores barbaridades, daquelas sem qualquer nexo.
Para a próxima calo - me, penso e comento com alguém. Assim fico bem vista.
Antes fossem todos um bocadinho como ele.
Enfim, há situações que se podem repetir 30 vezes que eu vou fazer asneira 31 vezes. É que se ainda fosse para meu bem, o pior é que me ponho em situações estúpidas por pessoas que não merecem coisa nenhuma.
É um bocado a lei da vida, que lei !
Onde é que se meteram as pessoas racionais?! As pessoas e as atitudes delas.
Ai , que sítio tão mau este que nós vivemos.
Cá eu, vou um bocadinho para o o meu Mundo. Digam o que disserem lá está - se bem melhor, e lá só entra quem eu quero, e tenho tempo para pensar se devo ou não cometer os erros de sempre.
Antes fossem todos um bocadinho como ele , repito - o com a mesma força e convicção com que os ponteiros do relógio fazem um tic-tac irritante e irracional, como não podia deixar de ser.