domingo, 12 de outubro de 2008

2008.10.03 , 22h33

Queria ser uma memória, uma recordação. Qualquer coisa semelhante aos mais diversos objectos, papéis, fotografias ( entre outros ) que guardo no meio daquele caderno de criança. Que me olhassem com carinho e chorassem com saudades- era isso, o que eu queria. Que gostassem de mim com dedicação, que precisassem do meu amor como eu preciso do deles.
Queria ser personagem principal nos contos imaginários e viver feliz para sempre no coração de alguém; da mesma forma que vivem felizes para sempre no meu coração.
Mas há um livro , escrito ao calhas, sem aspectos gramaticais nem tão pouco filosóficos interessantes do qual eu queria mesmo fazer parte. Até sabendo que se trata de algo pouco correcto, pouco sábio, mas eu queria. Queria muito e aceitava um papel qualquer. Desde rainha a criada ou até figurante sem nome nem falas. Queria estar lá, apenas pelo simples e quase concreto facto de estar. Significaria uma presença , com o seu pouco relevo - é certo- mas estava.
O livro, o livro é a vida de quem me levou a vida. E chamo livro ás vidas, porque é assim mesmo: muitos capítulos, imensos pontos finais e uma quantidade insuportável de personagens.
E este livro - ou vida - pertence ao sonho, amor, ilusão, desilusão, carinho, tristeza da minha história, do meu livro.

Nenhum comentário: