quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Conto de fadas.


Aquilo do " Era uma vez ... " tem muito que se lhe diga e só hoje é que pensei nisso. Se era , já não é mais. Talvez porque nunca tenha sido, ou então foi e não será de novo. Porque também nunca ninguém me garantiu de que o " e viveram felizes para sempre" fosse verdade, lá quem escreve a bonita história quando se farta de inventar mete para lá a tal frase e está feito, tiveram muitos filhinhos e a vida deles era tudo aquilo que qualquer criança inocente sonharia.
E agora por falar em criança inocente, as saudades de quando os amigos nem precisavam de ser verdadeiros e o Mundo se responsabilizava por todos os actos e as únicas consequências eram um sermãozinho e um " vá , não voltes a fazer " e um olhar de ternura dos pais. É disso que falo , do que já não voltará nunca mais . E se eu hoje sinto saudade , daqui a trinta anos vou estar comida pela rotina e a querer com toda a força voltar aos catorze anos.
Mas voltando aos contos de fadas , esses são umas parvoices, e sim, de facto conseguem o que têm como objectivo: fazem as miúdas sonhar, e depois elas vão acabar por descobrir que não é tudo cor - de - rosa , e que por mais que dêem pontapés, a abóbora nunca se irá transformar numa linda carroça brilhante, nem sequer vai haver um caçador que abra a barriga do lobo para salvar ( absolutamente ninguém ) e que a vida não é isso, nem nada disso.Nem parecido sequer.
A propósito:
Era uma vez, uma miúda . Que apesar de achar os contos de fadas uma ilusão, tem um principe e acredita que o "... e viveram felizes para sempre " , seja um fim bonito, e que possa acontecer na linda história de amor dela. Que não seja nunca preciso um narrador , e que essa frase não seja dita para terminar absolutamente nada. Que somente sejam felizes para sempre e nesse momento a frase fica sem efeito. (...) E desejaram viver felizes para sempre .

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